terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Helheim

"Após passarem pelos portões que ligam Niflheim à Helheim (inferno nórdico) vocês percebem que a paisagem pouco mudou. Tudo ainda está congelado e o frio, que antes era somente físico, agora afeta até aos mais fortes (Vigor épico aqui é irrelevante). Junto com a sensação de frio vem um sentimento estranho de derrota, como se não houvese mais esperança e como se a morte pudesse chegar a qualquer momento até mesmo para as almas que já estavam mortas naquele lugar.

O Silencio é denso e pesado, nem um ruído externo sequer chega aos seus ouvidos, não há lamentos ou gritos porque as almas que ali sofrem sofrem em silêncio sem ao menos serem açoitadas como de costume. Elas carregam um semblante de medo em seus rostos cansados.

Não há ventania, vento nem sequer uma brisa leve, a neve cai pesada e cadencialmente, de maneira que vocês deixam rastros no próprio ar por um tempo quando se movem.

Apesar do volume de neve que cai o chão é duro e seco, coberto por uma leve camada de névoa naturalmente estática que se move apenas quando seus pés se arrastam por elas.

Os mais estudiosos de assuntos mitológicos (ocultismo 3) sabem que aquilo não é natural e que algum fator externo e provavelmente recente está interferindo pesadamente no local."

sábado, 5 de maio de 2012

Despertar


Ele tomou consciência ainda de olhos fechados, e se perguntou onde estava. Abriu os olhos e viu o céu azul e algumas árvores, muitas delas. Ainda deitado tentou lembrar o que havia acontecido e nada lhe vinha à mente. Sentou-se sem conseguir se lembrar porque estava com essas roupas empoeiradas. Ele sabia o que estava vestindo: botas com esporas prateadas, calças surradas uma camisa branca aberta e uma jaqueta velha por cima. Ao seu lado um chapéu lhe pareceu estranhamente familiar, e ele decidiu chamar de seu. Com cuidado colocou o chapéu na cabeça e viu que cabia perfeitamente, percebeu que tinha cabelos bem longos e passando a mão no rosto notou um bigode e algumas rugas de velhice.  Quem era aquele homem que dava abrigo a essa alma confusa? 

Ainda sentado avistando o movimento do trânsito local e algumas estátuas na praça tentou lembrar-se do de alguma coisa, algum nome pelo qual pudesse ser reconhecido, um nome para usar como seu, já que não havia registro na memória de um. Decidiu em um intuito chamar-se de Connor, assim mesmo com 2 n’s, lhe parecia correto e nada dizia que não poderia ser esse mesmo seu nome.

Sentindo fome tentou lembrar onde morava e imaginou um lugar deserto e quente,  onde poderia fazer uma fogueira com galhos secos e assar a carne de algum coelho recém abatido com um tiro de espingarda. Como não tinha referência de sua terra natal nem de onde havia vindo decidiu tomar esse pensamento como lembrança e chamar essa terra de lar, e aparentemente a roupa que usava não iria desmentir essa lógica.

Com a cabeça latejando vasculhou os bolsos em busca de alguma pista e encontrou o que parecia ser notas de um dinheiro colorido com o qual estava estranhamente familiarizado, conseguiu contabilizar um valor total de 70 Reais, mas não sabia como tinha conseguido conhecimento sobre aquela moeda.

Continuou tateando o corpo e encontrou dois coldres de couro um de cada lado da cintura. Onde deveria haver armas havia apenas um desejo latente de segurá-las e poder atirar e com elas poder arrancar a resposta seja de quem fosse. Imaginou um bar antigo e uma mesa de poker, alguns caras vestidos como ele apontavam armas semelhantes às que ele deveria carregar nos coldres e lhe diziam coisas em uma língua que ele não parecia entender mas sabia que um dia fora capaz de se comunicar por ela.

Ele deixou esse pensamento em questão fluir e se deleitou com a cena que viria a seguir, onde ele se levantava e sacava suas armas atirando em todos os caras, tiros certeiros e mortais. Isso o deixou um pouco mais animado e com essa cena na cabeça decidiu levantar-se e buscar respostas para sua total falta de existência. Mas antes de tudo buscaria um café amargo e algo para comer. Isso lhe parecia estranhamento familiar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Da Criação do Universo (Parte 2)

Uma Mega Convenção Multiversional foi formada para discutir o rumo que a multiversidade iria tomar. Alguns filósofos do 16º nível propuseram uma migração em massa para o último circulo do Multiverso, mas dois ou três matemáticos mais inteligentes responderam, em coro, que mesmo o último nível sendo infinitamente grande não poderia comportar todos os seres do Multiverso

Um burocrata do 10º nível sugeriu que a migração fosse feita apenas por criaturas mais importantes do multiverso, mas os mesmos matemáticos retrucaram, ainda em coro, que seria impossível calcular numericamente a importância de alguma criatura com tantas variáveis envolvidas na equação. A verdade é que, possível até seria, mas ninguém queria se dar ao trabalho de realizar essa conta.

Algumas semanas se passaram, no planeta escolhido para sediar a convenção, e ficou resolvido que os seres do primeiro círculo deveriam migrar para níveis mais afastados e a partir deles criar outros níveis para que o Multiverso continue em expansão constante na tentativa de segurar o Big Rupt. Nenhum tipo de pagamento foi oferecido e todos concordaram que essa medida seria tomada visando o bem estar de todos.

Cada criatura ficou responsável pela criação e manutenção de um setor intergaláctico e à medida que um nível fosse concluído outros seres partiriam para a criação de um novo nível. Ficou acordado também que os responsáveis pela criação apenas se incumbiriam de recriar as condições necessárias para que a evolução natural ocorresse da mesma forma que ocorreram em todo o Multivero, seleção natural das espécies e desenvolvimento evolucionário dos cosmos. E assim foi feito, ou quase.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Da Criação do Universo (Parte 1)

Resumindo:

O Universo foi criado com uma grande explosão que gerou tudo que se vê e se conhece, algumas centenas de vezes. Essa explosão criou vários universos em níveis diferentes, circulares, como uma gota caindo em uma fonte de água parada gera várias ondas concêntricas. Cada nível do universo se desenvolve em tempos diferentes, os níveis que foram cirados primeiro se desenvolvem muito mais rápido, a uma proporção que será explicada posteriormente.

A esses vários universos é dado o nome de Multiverso, a junção de cada universo desse. Se engana quem acha que esse é o conceito de universo paralelo. Universo paralelo é outra coisa que também poderá, ou não, ser explicado posteriormente. Por agora basta saber que cada nível do Multiverso possui infinitos universos paralelos.

Em um determinado momento da história do Multiverso os seres que habitavam os níveis mais primordiais da criação, portanto os mais evoluidos intelectualmente, descobriram que possuiam a habilidade evolucionária de manipular a matéria e criar o que bem quisessem. Com essa habilidade descobriram também que tinham o grau de inteligência mais avançado e a capacidade de transitar entre os diversos níveis do Multiverso

Em um desses passeios alguns desse seres hiper-inteligentes descobriram que o Multiverso não tinha mais forças para se expandir, e que morreria em breve em um evento cósmico que resolveram chamar de Big Rupt. Algo tinha que ser feito para evitar a extinção de seres tão perfeitos.

domingo, 24 de abril de 2011

Em Alto Mar

Ainda no cruzeiro do capitão Porhn Denegruthung, que a tripulação chamava carinhosamente de Dene, Ritta Mae e Rose Ann vivem experiências diferentes das que já haviam vivido. Ritta nunca havia estado em um navio antes e as 10 primeiras noites ficou trancada no quarto enquanto vomitava em baldes de vidro onde antes haviam cubos de gelo e Champagne Arturiano. Rose Ann já estava acostumada com o baçlanço do mar, por experiências passadas no Macroverso, e tentava a todo custo, seguindo as digas de Ritta Mae, reaver seus itens confiscado com os contrabandistas que faziam seus negócios nas salas de máquinas da embarcação.

Uma vez em posse da maioria dos seus pertences, pelomenos os mais importantes, passou a vasculhar clandestinamente as ondas de rádio SuBeta com seu aparelho UltraGPS adaptado para o Microveso. Estava esperançosa de que iria encontrar algum sinal de seu amigo Nathaniel Bascus que pudesse ajudar nessa busca.

Após dez dias Ritta Mae descobrira que misturando Vinho Elékkitico com Aguardente Kooly dava um efeito prolangado de embriaguez que também serviria para segurar a comida e qualaquer outra coisa que ela engolisse em seu estômado fraco. O efeito colateral que isso causa só haveria de ser notado no final na viagem, com uma conta astronômica no bar e uma dívida gigantesca no cassino, que seria solucionada com a revenda dos aparelhos de Rose Ann e alguns favores a serem pagos futuramente para pessoas de pouca confiança.

Mas nesse meio tempo as ondas de rádio SuBeta captaram mensagens estranhas de um povo que pedia ajuda por algum motivo banal.

"Ó Deus todo poderoso criador de tudo que temos nos ajude nesse momento de sofrimento."

As duas garotas ouviram a mensagem que pouco variava algumas vezes e não entenderam absolutamente nada. Anotaram a frase e guardaram apara pesquisas futuras. Era certeza de que a mensagem não estava sendo enviada de nenhum ponto da Terra3, já que o planeta inteiro sabia exatamente a quem pedir auxílio em uma hora de dificuldade. Aquilo deveria estar vindo de outro planeta, mas todos os planetas conhecidos do Microverso foram criados por serer Pangaláticos hiperinteligentes que não faziam questão de serem chamados de deuses ou algo do tipo, pelomenos não depois da Grande Guerra contra as Supostas Divindades lá pela primeira era microversiana.

Junto com a frase também acharam necessário criar uma lista de prioriades e tarefas a serem realizadas antes de partirem para o espaço e o item "Pesquisar mensagem misteriosa" ficou em quinto lugar, mas antes disso elas deveriam: 1- Comprar Materiais para viagem; 2- Encontrar uma nave disponível; 3 - Achar um bom piloto; 4- Encontrar Bascus e Bill Johnes.

Vale lembrar que a lista se estendia até o 13º ítem, nem todos eram sérios, alguns deles haviam sido sugeridos por Ritta Mae em um estado de embriaguez desconcertante, como por exemplo o ítem 8 - Dar para o primeiro Macroversiano que encontrar; numa clara crítica ao empenho de Rose Ann em se esforçar tanto para encontrar um cara tão pouco importante para o Microverso.

Ironicamente 8 era o número de chances em 34.840.132 que Ritta teria em descobrir que Nathaniel Bascus era realmente muito desimportante para o Microverso, e que na verdade ele viria a ser muito mais importante para o Multiverso como um todo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Viagens

Seguindo Monkuu e suas crias, Rose Ann e Ritta Mae caminharam até o porto de Saraghu, com a finalidade de, dali, zarparem para os continentes mais desenvolvidos.

Vale lembrar aos leitores que Ritta Mae conheceu Rose Ann no mesmo dia que Rose Ann chegou de viagem vinda diretamente do Macroverso. Detalhes dessas história algum dia elas mesmas podem contar

Voltando ao que interessa. As duas estavam buscando uma maneira de atravessarem o Oceano Atlântico para chegarem ao continente americano e dali tomarem uma espaçonave emprestada (roubada, diga-se de passagem) para procurarem seus amigos Nathaniel Bascus e Bucky Bill Johnes.

Segundo informações da Criadora Terra, os dois haviam deixado o planeta em uma nave comercial pilotada por Darkhan Calen, conhecido de Rose Ann. Abandonaram o Forasteiro sem Nome aos cuidados da Criadora Terra e partiram.

No Porto, Rose Ann não teve problema em conseguir uma passagem, apresentou seu visto turista macroversiano falso, que conseguira com Nathaniel. Ritta Mae conseguiu afanar uma passagem de um Gerlokiano bêbado e as duas embarcaram de primeira classe no cruzeiro do capitão Porhn Denegruthung, nativo do planeta Folgut da terceira Galáxia 34 V-Beta, famosa por seus grandes planetas formados inteiramente por águas navegáveis.

Teria saido tudo muito bem se não fosse por um único probleminha que complicaria as coisas em um futuro próximo. Devido à Lei Suprema de Ajuste Continental, a mochila com os pertences de Rose Ann teve que ser vistoriada e apreendida por conter tecnologia impróprias para aquele continente. Devido ao histórico da moça, de nunca haver pisado em solo Microversiano e não ter conhecimento de tal lei, ela não foi presa e condenada à morte, mas foi advertida que da próxima vez seria.

Depois desse susto qualquer outro susto na viagem seria menos assustador, até mesmo as Lesmas Marinhas Gigantes, trazidas do planeta Dagg de Luvk para entreter os que cruzariam quelas águas.

A viagem duraria mais algumas semanas e talvez fosse bem tranquila, quem sabe?

domingo, 13 de março de 2011

Umegai

Em uma galáxia distante o suficiente pra estar do outro lado do Microverso existe um planeta tão grande quanto os outros planetas do sistema Valku guiado pela estrela V-23. Esse planeta, chamado de Umegai, é habitado principalmente por uma população humanoide com uma biologia complexa quase impossível de ser descrita.

Os umeganos, são criatura extremamente exóticas não somente pela aparência mas pela forma peculiar de encarar a vida, olhando sempre pra frente. Não é por uma questão de filosofia ou coisa do gênero, apesar de suas fábulas serem altamente requisitada por escritores de livros de auto-ajuda, mas sim por sua estrutura física que os impede de conseguir olhar para outro lado que não seja pra frente. Por serem criaturas descomunalmente grandes e pesadas muitos Umeganos têm preguiça de se virar com o corpo inteiro para os lados a fim de olhar em volta, pedir-lhes para olhar para trás, então, seria uma tremenda falta de respeito e uma grande ofensa.

A maioria dos umeganos se contenta em ficar parado por um tempo exponencialmente longo, o recorde mundial é de 34,2 milhões de anos, mas não se sabe ao certo a data do falecimento do dententor dessa proeza, alguns dizem que ele pode ter morrido nos primeiros 10 milhões de anos.

Umegai hoje é um planeta quase que desabitado, alguns cientistas ainda estudam as causas do falecimento de quase 98% da população, buscando alguns poucos umeganos ainda vivos. Acredita-se que uma colônia de nativos de Umegai esteja sobrevivendo no subsolo, mas nenhum cientista ainda confirmou a teoria, já que o planeta é incapaz de sustentar qualquer outra forma de vida que não seja os umeganos.