(Relatado por Alex Budinsky)
Ela me volta depois de quatro anos sumida trazendo uma rosa mordida no caule e falando do passado. O que ela deseja de mim se não voltar a me sugar a vontade de estar com o mundo e querer ficar apenas com ela?
Agora sou outro homem, mas ela busca resgatar da minha nova fase aquela velha imaturidade libidinosa com a qual se divertiu e se fartou durante tanto tempo. Essa vampiresca descrição de Artemise não é justa com sua beleza agenlical, aliás, se não fossem seus grandes olhos azuis e penetrantes eu jamais teria aberto a porta pra ela.
Não haveria pecado, nem traição, não deixaria seu cheiro no meu apartamento, na cama de meus filhos, nem no sofá da sala. Não despertaria a curiosidade dos vizinhos, não permitiria segredos com a doméstica, não me faria ser um homem miserável, e não me deixaria tão exacerbado a ponto de propor uma fuga.
Que fuga? Fugir é com ela mesmo, mas seu karma nômade não me permite acompanhá-la, além do mais minha família precisa de mim, e eu preciso de Artemise, e vou continuar precisando nos próximos anos, até que ela reapareça na minha porta, me consuma do seu jeito e deixe uma rosa murchando na minha gaveta de cuecas.
Vale a pena esperar, não é pelo sexo, nem pela aventura... é pela nostalgia.