quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Em Casa...

(Começando uma nova série ambientada em uma crônica escrita por mim mesmo chamada de "Criação")

Relatado por Santiago Martinez

Aquele sentimento de estar em casa finalmente me bateu na alma assim que pisei no carpete escrito bem vindo que minha esposa comprara pra celebrar minha primeira visita depois de 4 anos no Exército Sulista Ambulante. Depois de 45 anos de serviço finalmente voltei para casa e ficaria aqui pra sempre.

Antes de entrar verifiquei a caixa de correio, nada. Segui para a porta, entrei em casa e senti o cheiro de café fresquinho. Na cozinha Susana estava sentada à mesa com seus livros de ficção científica do Continente Antigo, e minha esposa Maria passava um café para elas.

Sentei-me, acendi um cigarro matuto e tirei minha botas ainda sujas se sangue seco. Alguns minutos depois um carro parou em frente à minha casa, pela janela via-se um grande furgão preto com emblemas do ESA. Maria andou sem pressa para à porta, limpando as mãos no avental, Susana ajeitou o óculos no rosto e ficou encarando a porta.

Um funcionario do governo, muito bem vestido e educado, entregou uma carta à Maria, mas minha mulher não consegueria ler qualquer notícia ruim sobre a Guerra Entre as Divindades, então o oficial se prontificou em ler, muito gentil da parte dele.

Como eu não queria ver o que tinham escrito sobre mim subi e tomei um banho enquanto ouvia os gritos e choros do andar de baixo, era de cortar o coração, mas como eu já havia perdido o meu não me importei muito.

Levou quase 200 anos para que eu retomasse minha forma física inteiramente, malditos Necromantes Celtas. Nesse tempo minha família já havia sido extinta, Susana me deu três netos homens mas nenhum deles conseguiu seguir com a estirpe. João morreu na Terceira Grande Guerra, Alberto morreu na Cadeia de Arthanunes e Damião não podia gerar filhos, pobrezinho.

Acho que foi por isso que resolvi me matar e terminar com essa maldição celta de ser eterno, chato pra caralho...
só não sei se vai funcionar... mas nessa altura da minha terceira vida, depois de já ter perdido 2 famílias, pra mim tanto faz...

Um comentário: